Cabral X Garotinho: em quem apostar?

Ano eleitoral e inicia tudo de novo. Os políticos aparecem com mais freqüência na mídia, os cabos eleitorais discutem suas posições ideológicas ou financeiras nos bares, e o povo é que fica na onda da ilusão de que tudo vai melhorar.

De 1998 a 2002, tivemos um governo vindo do interior, esperança da tão sonhada integração estadual ou como dizia os mais antigos: fusão da Guanabara. Investimentos foram feitos nos municípios e ficamos com aquela sensação de que o Rio de Janeiro não tinha dois governantes o prefeito e o governador, mas o que vimos foi um trabalho totalmente voltado para as ações sociais, com programas paternalistas e que tinham um único objetivo senão o de trocar o voto pela bolsa fome. 

Esses programas inclusive foram utilizados nos processos eleitorais, onde ocorreu o aumento substancial dos beneficiários.

A população ansiava por um avanço no nosso estado, não queria um "pai" ou um "messias", queria desenvolvimento, justiça social, qualidade de vida, ou ao menos poder bater no peito e dizer: "agora o nosso estado vai", mas apesar de investimentos maciços no interior, esquecido durante anos e totalmente necessitado, o grande bolo foi fatiado onde existiam mais votos: Rio e Grande Rio - vulgo Baixada Fluminense, celeiro de eleitores, com mais de 63% dos votos totais.

Tudo isso com o objetivo maior de dar visibilidade ao grande projeto - Brasília, o que foi por água abaixo com denúncias de desvio de dinheiro público, greves de fome, uso da religião como estepe de um ser inalcançável. Erros graves de estratégia, que só cometem os que se auto intitulam acima do bem e do mal.  Pura ilusão. 

A sociedade dominante da zona sul carioca logo mostrou o seu poder e acabou com qualquer pretensão de proliferar o império do chuvisco. 

Única saída foi voltar para a terra natal e isolar-se nas cavernas da planície goitacá e aguardar a derrocada do governo Cabral.

Bola de cristal? Será que foi profetizado? Ou a convivência entre o Guanabara e o Tiradentes fez com que observasse que o nosso mandatário mor fosse acometido do mesmo mal do mandatário de Brasília, uma aversão ao trabalho e uma necessidade fisiológica de voar, principalmente se o destino for o velho continente. 

No atual governo, temos a clara visão de que hoje existe novamente dois estados, e a cidade do Rio voltou a ter dois governantes. Governa para a zona sul, com benefício da elite dominante. 

O interior abandonado, sem investimentos, com um pseudo-governante que não conheca a nossa terra e que pode entrar para a história como o que quebrou a nossa economia por achar que tinha cacife para bancar a redivisão dos royalties do petróleo.

A única ação do atual governo é dar aos prefeitos do interior um presente de grego. O seu Cavalo de Tróia, que são as famosas UPA`s.

Presente de grego porque ele dá a infraestrutura e repassa um valor para os municípios administrar, mas esquece de avisar que o repasse representa apenas 42% do custo total. Por isso o prefeito do Rio recusou a municipalização das unidades. 

A UPA tem a cara do Cabral, mas quem paga a festa é o prefeito desavisado, que fica com o elefante branco na sua conta.

Para piorar, foi noticiado pela mídia, outro tipo de corrupção, essa institucionalizada, mas muito mais amoral que a outra, se é que existe corrupção moral. A esposa do governador, que é advogada, representa empresas que estão em litígio com o estado, empresas que ganharam concessão do estado, empresas que necessitam de autorização de órgãos do estado e assim vai. Inclusive o PSOL fez essa denúncia no seu programa eleitoral e teve censura prévia, já que o governo tem a aquiescência do judiciário.

Veja bem, eu tenho uma pendência com o governo, contrato o escritório da esposa do governador para me defender e ganho todas as ações, garantindo assim o leitinho das crianças.

 

Hoje observamos que estamos entre a cruz e a espada. 
O populista que diz que pensa no pobre e o marionete que pensa que governa o estado. 
Em quem apostar nessas eleições? 
Bem, eu ainda não consegui chegar a um denominador comum, mas com certeza sei que qualquer um dos dois que vencer a eleição, o nosso estado continuará a figurar mais nas páginas de escândalos do que nas páginas econômicas.